A passagem do mito à razão
A filosofia se iniciou quando mudou-se a forma de investigar a realidade, as questões fundamentais etc. Um grande problema foi – e ainda é – a origem de todas as coisas. Esse problema fez surgir incontáveis mitos que explicavam de onde o cosmo veio. Com o advento da filosofia, a narrativa mitológica cedeu seu lugar à investigação racional. Isso deve ao fato da razão trazer um conhecimento seguro; e o mito, não.
Entretanto, essa transição do mito à razão não foi brusca: Platão, um dos grandes expoentes da filosofia, deu um novo significado ao mito; pois ele utilizou o mito como ferramenta de complemento à razão.
Mas afinal, no que acreditavam os filósofos pré-socráticos?
Como ensinado por Aristóteles no começo de Metafísica, houve os chamados filósofos da natureza, ou filósofos pré-socráticos. Estes investigaram o problema da origem do mundo, indagando acerca do princípio primordial de todas as coisas, a arché.
Os filósofos da natureza esforçaram-se especulando qual seria esse princípio de todas as coisas. Aristóteles também conta que Tales de Mileto e seus discípulos foram os primeiros filósofos, por terem sido pioneiros na investigação da realidade servindo-se da razão.
Tales propôs que a arché seria a água. Afinal, parecia que tudo ao seu redor teria alguma porcentagem de água em sua composição, mesmo que mínima. Anaxímenes, por sua vez, propôs que a arché seria o ar, que condensando-se tornaria-se vento, água, pedras, terra etc. E por aí vai.
O que essas especulações têm em comum é o fato de serem elementos naturais, como o ar, a água etc. Houve, porém, aqueles que não identificaram a arché num elemento natural, como Anaximandro e Pitágoras.
Sendo assim, Anaximandro afirmou que o princípio das coisas não é a água nem nenhum elemento natural: ele acreditava que o princípio originário era o ápeiron, termo grego que significa ilimitado, indeterminado, uma realidade sem limites, infinita – Esse soa ser bem mais complexo.
Por outro lado, Pitágoras acreditava ser a arché o número em si e por si: para ele, o número era um ente tão real quanto eu ou você e seria o princípio de todas as coisas. Ademais, foi ele quem chamou pela primeira vez o universo de cosmo (kósmos, do grego, significa ordem), justamente por ter percebido que o universo era exprimível através dos números. Dessa forma, ele percebeu que o universo é portador da ordem dos números, por isso tudo é ordem, tudo é harmonia, tudo é cosmo. Então, ele utilizou o termo cosmo para se referir ao universo.
Parabéns! Um ótimo artigo! Fantástica explicação a introdução deste meio.
A origem de tudo possivelmente é a maior questão da humanidade.
pitágoras era louco demais cara kkkk ele achava que feijao plantado virava gente